“O povo que conhece o seu Deus se esforçará e fará proezas.” (Dn 11.32.)
A Bíblia nos apresenta vários exemplos de pessoas que utilizaram a capacidade dada pelo Senhor, venceram suas próprias limitações e se tornaram heróis da fé.
José foi vendido como escravo, mas tornou-se governador do Egito, a maior nação daquela época.
Moisés nasceu como escravo, condenado à morte. Contudo, tornou-se profeta, legislador e juiz.
Davi era um simples pastor de ovelhas, o menor entre seus irmãos, mas chegou a ser o grande rei de Israel.
Nós também podemos ir muito mais além de onde fomos e fazer muito mais do que tudo o que fizemos até agora. O que somos não é o fim da nossa história. Avaliando a condição atual podemos ter diferentes sentimentos e atitudes. Podemos ficar satisfeitos e acomodados; podemos ficar insatisfeitos e viver reclamando, ou podemos transformar nossa insatisfação em iniciativas na direção do crescimento, como fez o filho pródigo, ao dizer: “Levantar-me-ei e irei ter com meu pai...”
É muito comum vermos as pessoas reclamando da vida, do emprego, do salário, do patrão e do governo. A maioria espera que, algum dia, as coisas melhorem. Entretanto, poucos são os que fazem algo para que a sua situação individual mude. Sabendo que temos um potencial imenso, não podemos simplesmente viver esperando que alguém faça o que podemos fazer.
O filho pródigo poderia aguardar o dia em que os porcos se tornassem mais limpos, o patrão fosse mais bondoso e lhe desse algumas alfarrobas. Podia ser até que elas tivessem um sabor melhor e um cheiro agradável... Nada disso. É hora de levantar e andar. Somos filhos de Deus. Temos um potencial extraordinário. A pocilga não é o nosso lar.
Como utilizar o nosso potencial?
Existem duas maneiras de desperdiçar a vida: fazendo nada ou tentando fazer tudo ao mesmo tempo. É como o caçador que, se não perseguir nenhum animal ou se tentar capturar todos de uma só vez, poderá fracassar do mesmo jeito. O melhor então é definir um alvo específico. Mas, qual deles, dentre tantos que se apresentam?
Por exemplo, um menino pode vir a ser engenheiro, médico, dentista, psicólogo, juiz, professor, advogado, atleta, piloto de avião, cientista ou vendedor de enciclopédia. Sua capacidade física e mental é suficiente para o exercício de qualquer uma dessas profissões. Entretanto, ele não pode se dedicar a todas ao mesmo tempo, e talvez não viva o suficiente para realizá-las de modo consecutivo. Outro erro seria o desprezo a todas as possibilidades, deixando a vida passar inutilmente, ou ainda escolher uma alternativa e parar no meio do caminho, deixando de crescer tanto quanto poderia.
Portanto, é necessário que identifiquemos o dom que Deus nos deu, seja natural ou espiritual. Não conseguiremos realizar todas as coisas ao mesmo tempo, mas existe algo que podemos fazer e faremos de modo excelente. A abelha, inseto tão pequeno e frágil, destaca-se entre todos os seres vivos porque é a única espécie em todo o universo que tem a capacidade de produzir mel. O ser humano ainda não conseguiu imitar com perfeição tal substância.
Cada um de nós precisa descobrir sua área de atuação e deixar de gastar tempo excessivo com outras coisas, tarefas ou objetivos. Imagine se uma abelha resolvesse construir um casulo. De fato, ela não precisa disso e tem outras coisas para fazer, conforme o dom que Deus lhe deu.
“Pois assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma função, assim nós, embora muitos, somos um só corpo em Cristo, e individualmente membros uns dos outros. De modo que, tendo diferentes dons segundo a graça que nos foi dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com zelo; o que usa de misericórdia, com alegria.” (Rm 12.4-8.)
Seja na vida profissional ou ministerial, precisamos descobrir onde e como podemos usar nosso potencial de modo mais produtivo. Cada cristão precisa conhecer sua identidade enquanto membro do Corpo de Cristo. Se o olho tentar falar, ele se sentirá inadequado e inútil. Será um fracasso. Se, porém, tentar enxergar, descobrirá sua real utilidade. Da mesma forma, algumas pessoas estão tentando exercer funções que não lhes são apropriadas. Por exemplo, alguém pode tentar pastorear quando, de fato, seu dom é voltado para o evangelismo.
“E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo.” (Ef 4.11-12.)
Jesus tinha plena consciência do propósito de sua vinda ao mundo. Ele disse:
“Eu não vim chamar justos, mas pecadores, ao arrependimento” (Lc 5.32).
“Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir” (Mt 5.17).
“Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10.10).
“Eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo” (João 12.47).
“Perguntou-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade” (João 18.37).
Sabendo a que veio e qual seria a hora certa para exercer seu ministério, Jesus não perderia tempo com outras atividades. Ele era bastante objetivo. O mesmo aconteceu depois com os apóstolos, inclusive com Paulo – “Porque Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho” (1Co 1.17); “E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas” (At 6.2).
Quando se recusaram a servir às mesas das viúvas, os apóstolos podem ter sido considerados soberbos, arrogantes etc., mas o que acontece é que eles tinham plena convicção do seu chamado. O desvio de função, naquele caso, poderia trazer danos permanentes para a igreja, que ficaria mal instruída na Palavra.
Identificada nossa área de atuação, devemos nos dedicar a ela de modo objetivo, determinado e diligente. Dessa forma, nosso potencial será bem direcionado como a seiva de uma planta cujos galhos defeituosos foram podados. A objetividade no trabalho será favorável à quantidade e qualidade dos resultados.
Anísio Renato de Andrade
Monte Sião Online
sexta-feira, 4 de junho de 2010
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